terça-feira, 13 de agosto de 2013



 
 
A VIDA QUE NÃO É SUA - BRUNO RODRIGO

Pernas cruzadas esperam a vida passar
Pernas cruzadas inventam fofocas e sabem da vida da vizinha
Grande coisa a vida da vizinha!
Dizem que o “ex” parou de pagar a pensão
Bem feito! Quem quer dinheiro tem que trabalhar!

Vou descruzar minhas pernas
Mas meus braços continuam cruzados
Assim fico mais confortada
Afinal, vou ficar por aqui até a briga da casa ao lado acabar
Não que eu seja “mexiriqueira”
Mas dizem que a tal fulana trai o marido.
Que terrível!
Coisa de gente à toa!

Olha o moço nordestino!
Nem venha me pedir água!
Para dentro de casa eu não quero entrar
Só quero dá uma “bisolhada” nos forros que ele está vendendo
Claro que não vou comprar.
Gastar com coisa sem qualidade?
Ele que vá enganar em outro lugar

Ô povinho à toa!
Uns traem, outros separam, outros vendem...
Que falta de criatividade!
Que falta de perspectiva de vida!
Ainda bem que isso é lá com eles
Isso não me sobe, nem me desce!
Vou cruzar as minhas pernas
e ficar quieta no meu canto.
Coisa que detesto é gente que não possui vida
e passa a se ocupar da vida que não é sua!

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

 Poema chuvoso para um dia de sol - Bruno Rodrigo (05/08/13)

Poemas em dias de chuva 
é tão ou mais importante que guarda-chuva. 

Talvez, a água que embaça e escorre pelos vidros das salas
seja apenas um "abre-alas" 
Que pede licença e transforma meus olhos em uma vala
que imita os vidros das salas
e escorre água.
A água que tem sal,
que escorre do corpo,
mas vem da alma. 

Entre as lágrimas e a chuva
Há mais coisas em comum do que se possa julgar:
ambas caem do céu,
porém, em outrora, estiveram no mar.

Em dias de melancolia
a chuva umedece o peito
enquanto a lágrima tapa o sol e a ansiedade não desencana.
Em dias de chuva necessito de um livro de poemas
ou de um disco da Legião Urbana. 

Meu Deus, que loucura! Que mania!
Repetirei essa história mas quantas vezes?
Desculpe-me pela mentira; pelos devaneios.
Infelizmente, por aqui não chove há meses.