quinta-feira, 23 de julho de 2009
Débito por favor - Bruno Rodrigo
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Amor incondicional - Bruno Rodrigo
Guia-me a caminhar, dá-me o dom de persistir
O segredo do amor revela-me, põe em meus olhos
O teu amor incondicional...
E quando a luz do sol transfigurar o semblante do meu rosto,
Eu saberei que é o calor do teu amor...
que me guia.
terça-feira, 7 de julho de 2009
Edredon - Bruno Rodrigo
Vai corpo
E sinta os calafrios que são só teus
Se arrepie pelo calor do suspiro e se prenda pela força dos ossos.
Os pingos de chuva no telhado farão a melhor música, o mundo é nosso
Vai alma
E visita o outro corpo que se entrega a você
Mantra, psique, espírito, assombração
Tantos nomes te deram, e eu, agora te chamo coração
Que sensação é esta que uni o corpo e alma?
Ora, que isso? O corpo e alma nunca se separam
Ao contrário, se tornam mais íntimos, uma intimidade eterna
Estou no céu? Paraíso? Não. Estou entre as suas pernas
Dispenso edredons - Bruno Rodrigo
Logo eu que sempre amei poesia
Com você, dispenso as palavras...
Logo eu que sempre amei tanto a música
Com você, dispenso qualquer som...
E se me faltarem palavras, me ajude Vinícius:
“Eu sei que eu vou te amar... por toda a minha vida”
O seu corpo em brasa se arde, e assim, queima o meu
Eu dispenso cobertores e edredons.
Logo eu que amo filosofia
Com você, dispenso teorias
Logo eu que sempre tive visão aberta
Com você, prefiro fechar os olhos
E se me faltarem palavras, me ajude Lucinda:
“Eu sempre quis um amor que gozasse antes de chegar ao céu”
O seu corpo em brasa se arde, e assim, queima o meu
Eu dispenso cobertores e edredons
Nem por um segundo - Bruno Rodrigo
(À minha professora Sãnia)
Deixem que tirem minhas vestes e sorteiem entre si,
Não ficarei nu nem por um segundo
Roupas nunca me vestiram
O que me veste é este tecido feito de esperança e coragem,
O qual ninguém pode rasgar.
Deixem que roubem minhas riquezas
Não ficarei pobre nem por um segundo
Talismãs e rubis nunca me enriqueceram
O que me enriquece é esta jóia, cujo brilho, cega e confunde a ganância,
O qual ninguém pode roubar.
Deixem que invadam meus latifúndios
Não ficarei desabrigado nem por um segundo
Terras e alicerces nunca me abrigaram
O que me abriga é este coração de espaço imensurável, de medida maior que o próprio espaço,
O qual ninguém pode invadir.
Rasguem as vestes tentando me despir
Roubem as riquezas para me arruinar
Tomem meus domínios para tirar-me o lar
Em nada disso se encontra o maior parcela da minha felicidade
Por fim, deixem que tirem a minha vida
Não ficarei morto nem por um segundo
Matéria e carne nunca me foram vitais
Antes isso, a fé que me veste, a poesia que me adorna e a filosofia que me transforma,
Os quais ninguém rasga, rouba ou invade.Há de se reaprender a amar
Há de se reaprender a amar os professores
Os poetas, os palhaços e os atores
Amar é ofertar a maça mais vermelha,
Livros usados na estante,
Gargalhadas nas arquibancadas,
Interpretações de breves instantes
Há de se reaprender a amar os amigos
A lua, a infância, os desenhos
Amar é emprestar bolinha-de-gude,
Se transportar pelo cosmo através da alfândega lunar
Permitir, aceitar, querer, viver a inocência
Ter um mundo só para si para poder compartilhar
Há de se reaprender a amar os pais
As flores, a verdade e a vida
Amar é pedir a benção quando se fecha e abre a porta
Cultivar um jardim de plantas vivas, formar um buquê
Entender que nem tudo é plástico
Saber a diferença entre o morto e o vivo, se questionar! Por que?
Há de se reaprender a amar a Deus
A filosofia, a MPB e o Brasil
Amar é querer bem ao próximo que é divino
Desmontar as respostas prontas colocando-as em forma de questão
É “Caetanear” o Djavan à Gal
Assumir o sobrenome de madeira, ser cara-de-pau
Há de se reaprender a amar
Pela camada de Ozônio, pela Amazônia,
Pelo ciclo da vida humana
Eu não posso ser completo - Bruno Rodrigo
Eu não posso ser completo, algo tem que faltar em mim.
Eu não quero ser completo, isso limitaria os meus limites, me daria um fim.
Preciso de alguém que sempre me “complete”, gosto de ser “completado”. Preciso ser infinito aos moldes da vida, preciso ser insaciável. Quero sentir o vazio dentro do peito que atormenta os meus sonhos durante as noites frias do mês de julho, e que, faz com que eu me levante às sete da manhã do outro dia. Que isso se repita até chegar agosto. Eu gosto do mês de agosto.
Eu não posso ser completo, tudo seria obviou por demais.
Eu não quero ser completo, seria como esperar o mesmo barco, com a mesma carga, ao mesmo cais.
Eu preciso ser amado. Eu preciso ser batizado. Eu amo o amor. Eu amo batismos. Eu detesto o “Amado Batista”. Eu sonho ser artista.
Já sonhei com vídeo-game, depois o vendi e comprei um violão. O game não poderia me completar para o resto da vida, pois, eu queria uma outra canção.
Eu não posso ser completo, já disse isso, mas o texto é meu e vou repetir quantas vezes eu quiser.
Eu não quero ser completo, ser completado talvez, porém, sou grande demais para ser preenchido por uma única mulher.
Não há registro na história de alguém que tenha vivido tudo o que tinha pra viver (e quando eu falo tudo, eu falo tudo). Nem Sócrates (tanto o filósofo quanto o jogador), Nem Platão ou Plutão, nem o “Elvis” que se quer chegou a morrer conseguiu tal feito. Não se pode ser completo, há de ser completado o tempo todo por algo ou por alguém, por nada ou por ninguém.
Eu não posso ser completo, já “tô” puto com hipocrisia social da cidade, da política, da religião que quer me rotular. Chega de coisas para me completar. Insisto.
Eu não quero ser completo. Preciso ser infinito, é... isso mesmo ora bolas! In-fi-nito!
Igual ao céu, igual à Via-Láctea, iguais aos chocolates “Láctea”, igual a Deus.
A única forma de ser completo é deixando brechas para serem completadas. Ser livre é ser gente. Ser completo não é ser o total, é buscar a totalidade. Eternamente a totalidade.
Sou forte e fraco, inteligente e ignorante, herói e bandido. De tudo um pouco, sou tudo, mas sabe o que eu acho? Eu acho é pouco!