(À minha professora Sãnia)
Deixem que tirem minhas vestes e sorteiem entre si,
Não ficarei nu nem por um segundo
Roupas nunca me vestiram
O que me veste é este tecido feito de esperança e coragem,
O qual ninguém pode rasgar.
Deixem que roubem minhas riquezas
Não ficarei pobre nem por um segundo
Talismãs e rubis nunca me enriqueceram
O que me enriquece é esta jóia, cujo brilho, cega e confunde a ganância,
O qual ninguém pode roubar.
Deixem que invadam meus latifúndios
Não ficarei desabrigado nem por um segundo
Terras e alicerces nunca me abrigaram
O que me abriga é este coração de espaço imensurável, de medida maior que o próprio espaço,
O qual ninguém pode invadir.
Rasguem as vestes tentando me despir
Roubem as riquezas para me arruinar
Tomem meus domínios para tirar-me o lar
Em nada disso se encontra o maior parcela da minha felicidade
Por fim, deixem que tirem a minha vida
Não ficarei morto nem por um segundo
Matéria e carne nunca me foram vitais
Antes isso, a fé que me veste, a poesia que me adorna e a filosofia que me transforma,
Os quais ninguém rasga, rouba ou invade.
Gostei muito do que por aqui li - vou voltar.
ResponderExcluirObrigada pela sua visita a "Poiesis"!